terça-feira, 5 de março de 2013

VARIAÇÕES SOBRE A MORTE (Francisco Carvalho)





Quando o homem perde
o primeiro fio de cabelo 
começa a dialogar com a morte.

A morte, ausência 
de todas as sensações,
é a mais ostensiva das presenças.

Ninguém consegue fugir da morte
pela simples razão de que 
somos hospedeiros dela.

A morte chega, apaga
a luz dos teus olhos e acende
os seus negros castiçais.

Algum dia te visitará
uma sombra de olhos de areia
e bruscamente cerrará tuas pálpebras.

Morte, ó ceifeira veloz.
Quantas são as espigas 
que abastecem o teu celeiro? 

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