Virou moda no Brasil protestar: se reclama
contra tudo, contra todos – o dedo do povo está apontado pra frente, pro outro!
O erro está no lado de lá da cerca, nos alheios comportamentos, nunca neles (em
nós, pois), os protestantes... O povo que tudo pode e/ou tudo acha que sabe,
vai às ruas exigir... Ninguém protesta consigo mesmo pelo que fez ou deixou de
fazer pelo País, pelo próximo. Todos tiram o “seu” da reta na hora de
reclamar... Eles votaram certos, foram honestos, trabalhadores e,
principalmente, competentes.
Dia desses vai aparecer, esperem, um protesto contra tanto protesto, pois até
nós, professores – historicamente tão submissos – não vamos querer mais dar
aulas (a lição agora é de democracia, de história, nas ruas!); os alunos,
então, não vão mais aceitar essa coisa “fora-de-moda” chamada educação formal.
Os nossos políticos de “esquerdas” (ou canhotos) já anteviram tais “atrasos”
com algumas décadas de antecedência, porque quase nunca foram de frequentar
muito as “antiquadas” salas de aulas, terminavam suas faculdades nos protestos,
nos piquetes, nas reuniões: exercer profissões junto ao povo (isso é coisa para
médico cubano), nem pensar: candidatavam-se logo aos cargos dos CAs, DCEs,
vereadores, deputados, senadores da vida... Tomaram “gosto” pela política e
nunca mais largaram o osso: apareciam em sala de aula somente para dar avisos e
fazer convocações.